quinta-feira, 7 de março de 2013

ARQUITETURA E SUSTENTABILIDADE - PARTE 4

Blog “Gestão e Negócios Sustentáveis”, de autoria de Superdotado Álaze Gabriel.


12- Colégio em Villa Busch

Localizado em Cobija (Bolívia), projetado em 2001 e executado em 2002/03; o projeto se baseia nas condições do local em que está implantado, tendo o clima, terreno e a tecnologia como dados principais de modo a atender as funções educacionais. Porém, não se trata de uma escola propriamente dita, mas sim um espaço que promove o reconhecimento e a revalorização dos padrões construtivos do lugar, pelos usuários; e que evita tecnologias e linguagens fora do seu contexto.
         
  
Pelas adversidades do terreno, apenas suas partes altas e planas foram utilizadas, resultando um partido arquitetônico desconcentrado, com tipologia diferenciada em relação aos convencionais.


Quanto ao projeto, fez-se uso de cobertura com fibras vegetais e estrutura de madeira que proporciona sombras favoráveis e que com seus cortes e desníveis, contribui para melhorar a ventilação interna. Também garante proporções adequadas ao espaço e um microclima fresco em seu interior, devido ao seu elevado pé-direito, evitando o uso de mecanismos artificiais de ventilação e iluminação.


13- Vila Ecológica (Amazônia)

Coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA), o projeto localiza-se em uma reserva florestal da zona leste de Manaus, a qual terá monitorado o seu desempenho habitacional pela comunidade científica. Financiado pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), por meio do Programa Habitare – na linha de Tecnologias para a Construção mais Sustentável – no qual uma empresa privada se responsabilizou pela construção de estação de tratamento de efluentes; a vila é destinada a habitações multifamiliares.
Com aproximadamente 43,00 m², as moradias do tipo germinadas foram projetadas com o objetivo de fornecer sistemas de utilização e captação da água da chuva além de estação de tratamento de esgoto. A sua linguagem arquitetônica é do tipo vernacular, tendo em vista a utilização de painéis de barro-bambu, desenvolvidos a partir de estudos de engenharia de materiais. 

14- Hearst Headquarters


Apresentado pelo arquiteto estadunidense Norman Foster, este edifício localizado em Nova York, propõe uma torre de escritórios acima de uma edificação antiga destinada a um programa mulifuncional, o qual se utilizou de aproximadamente 85% dos resíduos da demolição do antigo edifício; constituindo-se assim em um ótimo exemplo de reciclagem de edificações. Amplamente empregada nos EUA e Europa recentemente, ela contribui para o não esgotamento dos recursos naturais diminuindo assim o lixo gerado pela industrialização; podendo ser usados em novas estruturas e edificações. Como exemplo, o aço e seu re-uso na estrutura e o concreto transformado em argamassa.
Além da economia do aço através do aproveitamento deste, provindo da antiga construção, a estrutura possui uma foram triangular que possibilita a economia de 20%
Este volume ergue-se acima do edifício velho sendo ligado na parte externa por uma saia transparente de vidro.


A grande solução ecológica foi dada na estrutura, onde a torre tem um formato triangulado uma solução altamente eficiente, que usa 20% menos de aço do que uma estrutura convencional. Seus cantos descascados para trás entre as diagonais têm o efeito de enfatizar as proporções verticais da torre e de criar uma silhueta distinta. O edifício novo é também distinto em termos ambientais. É construído usando 80% de aço reciclado, e é projetado para consumir 25% menos energia do que seus vizinhos convencionais. Em conseqüência, espera-se ser o primeiro edifício de escritório novo na cidade a ter uma avaliação de ouro sob a liderança do Conselho Verde dos Edifícios dos EUA no programa de energia e projeto ambiental (LEED).


Cerca de 85% do material da demolição do prédio antigo foi reciclado e usado na própria obra. E a água da chuva vai ser coletada para atividades que não necessitem de água potável.

15- Projecto Beddington Zero Energy Development (BedZED)


         

Quando se fala em eficiência e sustentabilidade na construção, o projeto BedZED (acrônimo de Beddington Zero Energy Development) tem que ser mencionado.

            
            


Este projeto-protótipo, localizado em Beddington, Inglaterra, foca e utiliza os aspectos mais eficientes do projeto e construção de moradias, chegando por vezes a aproximar-se vertiginosamente de áreas como a ficção científica. Foi projetado e construído entre 2000 e 2002.


            

                  


O projeto é do arquiteto britânico Bill Dunster e teve a sua gênese na procura de uma forma mais eficiente de construir moradias em áreas urbanas. Bill Dunster e a sua equipa muniram-se das técnicas e dos materiais mais modernos e eficientes e produziram as 82 moradias, os 17 apartamentos e os 1400m2 de área comercial que constituem BedZED.

            
            
SISTEMA DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE EDIFICAÇÕES

Provenientes da necessidade de construções menos impactantes na natureza e a partir de investigações para diminuição do consumo energético na fabricação de materiais, manutenção de prédios e na gestão de resíduos, surgem sistemas de avaliação e regulamentação de normas de construção; a saber:

·       USGBC

Em decorrência da necessidade de construções menos impactuantes no meio ambiente, surgiu nos Estados Unidos o Conselho Nacional de Construções Verdes – órgão regulamentador das normas de construção e certificador daquelas que atendam asa normas mundiais – a partir de investigações para diminuir o consumo na fabricação de materiais, manutenção de prédios e gestão de resíduos.

·       LEED

O sistema LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é uma norma nacional voluntária, baseada em consenso, criada para o desenvolvimento de edifícios de alta performance e sustentáveis. O sistema LEED foi desenvolvido pelos membros do U.S. Green Building Council, representando todos segmentos da indústria da construção civil. O LEED se encontra atualmente disponível ou sob desenvolvimento para os seguintes setores:

·       Novos Edifícios Comerciais e grandes projetos de renovação (LEED-NC);
·       Edifícios Existentes (LEED-EB);
·       Projetos de interiores de edifícios comerciais (LEED-CI);
·       Projetos da Envoltória e da parte central do edifício (LEED-CS);
·       Residências (LEED-H);
·       Desenvolvimento do Bairro (localidade) (LEED-ND).

Os principais objetivos do sistema LEED são:

·       Definir “green building” por estabelecer um padrão comum de medição; Promover a prática de projeto integrado, do edifício como um todo;
·       Reconhecer a liderança ambiental na indústria da construção;
·       Estimular a competição na construção sustentável;
·       Aumentar a consciência nos consumidores dos benefícios de edificações sustentáveis;
·       Transformar o mercado da construção.

O programa fornece uma estrutura completa para acessar o desempenho do edifício e atender as metas de sustentabilidade. Baseado em padrões científicos bem fundamentados, o LEED enfatiza estratégias para o desenvolvimento sustentável local, aproveitamento de água, eficiência energética, seleção de materiais e qualidade ambiental interna. O programa reconhece os sucessos alcançados e promove o  conhecimento em edifícios sustentáveis através de um sistema amplo, oferecendo certificação de projeto, suporte profissional, treinamento e recursos práticos(www.usgbc.org).

Os Princípios Básicos do LEED:

O programa Leadership in Energy and Environmental Design é, nas palavras do conselho USGBC, “um sistema de classificação de desempenho consensual e orientado para o mercado, visando acelerar o desenvolvimento e a implementação de práticas de projeto e construção ambientalmente responsáveis”. Acreditava-se que, enquanto os métodos tradicionais de regulamentação ajudaram a melhorar as condições, a eficiência energética e o desempenho ambiental dos edifícios, programas voluntários permitiriam estimular o mercado para acelerar o alcance das metas estabelecidas, ou mesmo ultrapassa-las (USGBC, 2001).
O LEED é dividido em 7 categorias:

·       siting (desenvolvimento sustentável local);
·       water conservation (uso eficiente da água);
·       energy (energia); materials (materiais);
·       indoor environmental quality (qualidade ambiental interna); innovation (inovação) e
·       design (processo de projeto).

Cada categoria contém um número de créditos específico e cada crédito corresponde a um ou mais pontos possíveis. Um projeto que ganha pontos suficientes (26) pode tornar-se “LEED Certified”, atingindo 33 pontos ganha a classificação Silver, 39 pontos - Gold e 52 pontos ou mais - Platinum. 




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