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“Gestão e Negócios Sustentáveis”, de autoria de Superdotado Álaze Gabriel.
Disponível
em http://www.gestaoenegociossustentaveis.blogspot.com.br
Autoria:
Pedro
Jacobi. Professor Associado da Faculdade de Educação e do Programa de
Pós-Graduação em Ciência Ambiental da USP.
RESUMO
A reflexão sobre as práticas sociais, em
um contexto marcado pela degradação permanente do meio ambiente e do seu
ecossistema, cria uma necessária articulação com a produção de sentidos sobre a
educação ambiental. A dimensão ambiental configura-se crescentemente como uma
questão que diz respeito a um conjunto de atores do universo educativo,
potencializando o envolvimento dos diversos sistemas de conhecimento, a
capacitação de profissionais e a comunidade universitária numa perspectiva
interdisciplinar. O desafio que se coloca é de formular uma educação ambiental
que seja crítica e inovadora em dois níveis: formal e não formal. Assim, ela deve
ser acima de tudo um ato político voltado para a transformação social. O seu
enfoque deve buscar uma perspectiva de ação holística que relaciona o homem, a
natureza e o universo, tendo como referência que os recursos naturais se
esgotam e que o principal responsável pela sua degradação é o ser humano.
DESENVOLVIMENTO,
MEIO AMBIENTE E PRÁTICAS EDUCATIVAS
A reflexão sobre as práticas sociais, em
um contexto marcado pela degradação permanente do meio ambiente e do seu
ecossistema, envolve uma necessária articulação com a produção de sentidos sobre
a educação ambiental. A dimensão ambiental configura-se crescentemente como uma
questão que envolve um conjunto de atores do universo educativo,
potencializando o engajamento dos diversos sistemas de conhecimento, a capacitação
de profissionais e a comunidade universitária numa perspectiva
interdisciplinar. Nesse sentido, a produção de conhecimento deve
necessariamente contemplar as inter-relações do meio natural com o social,
incluindo a análise dos determinantes do processo, o papel dos diversos atores
envolvidos e as formas de organização social que aumentam o poder das ações
alternativas de um novo desenvolvimento, numa perspectiva que priorize novo
perfil de desenvolvimento, com ênfase na sustentabilidade socioambiental.
Tomando-se como referência o fato de a
maior parte da população brasileira viver em cidades, observa-se uma crescente
degradação das condições de vida, refletindo uma crise ambiental. Isto nos
remete a uma necessária reflexão sobre os desafios para mudar as formas de
pensar e agir em torno da questão ambiental numa perspectiva contemporânea.
Leff (2001) fala sobre a impossibilidade de re-solver os crescentes e complexos
problemas ambientais e reverter suas causas sem que ocorra uma mudança radical
nos sistemas de conhecimento, dos valores e dos comportamentos gerados pela
dinâmica de racionalidade existente, fundada no aspecto econômico do
desenvolvimento.
A partir da Conferência Intergovernamental
sobre Educação Ambiental realizada em Tsibilisi (EUA), em 1977, inicia-se um
amplo processo em nível global orientado para criar as condições que formem uma
nova consciência sobre o valor da natureza e para reorientar a produção de
conhecimento baseada nos métodos da interdisciplinaridade e nos princípios da
complexidade. Esse campo educativo tem sido fertilizado transversalmente, e
isso tem possibilitado a realização de experiências concretas de educação
ambiental de forma criativa e inovadora por diversos segmentos da população e
em diversos níveis de formação. O documento da Conferência Internacional sobre
Meio Ambiente e Sociedade, Educação e Consciência Pública para a
Sustentabilidade, realizada em Tessalônica (Grécia), chama a atenção para a
necessidade de se articularem ações de educação ambiental baseadas nos
conceitos de ética e sustentabilidade, identidade cultural e diversidade, mobilização
e participação e práticas interdisciplinares (Sorrentino, 1998).
A necessidade de abordar o tema da
complexidade ambiental decorre da percepção sobre o incipiente processo de
reflexão acerca das práticas existentes e das múltiplas possibilidades de, ao
pensar a realidade de modo complexo, defini-la como uma nova racionalidade e um
espaço onde se articulam natureza, técnica e cultura. Refletir sobre a
complexidade ambiental abre uma estimulante oportunidade para compreender a
gestação de novos atores sociais que se mobilizam para a apropriação da
natureza, para um processo educativo articulado e compromissado com a sustentabilidade
e a participação, apoiado numa lógica que privilegia o diálogo e a
interdependência de diferentes áreas de saber. Mas também questiona valores e
premissas que norteiam as práticas sociais prevalecentes, implicando mudança na
forma de pensar e transformação no conhecimento e nas práticas educativas.
A realidade atual exige uma reflexão
cada vez menos linear, e isto se produz na inter-relação dos saberes e das
práticas coletivas que criam identidades e valores comuns e ações solidárias
diante da reapropriação da natureza, numa perspectiva que privilegia o diálogo
entre saberes.
A preocupação com o desenvolvimento
sustentável representa a possibilidade de garantir mudanças sociopolíticas que
não comprometam os sistemas ecológicos e sociais que sustentam as comunidades. A
complexidade desse processo de transformação de um planeta, não apenas
crescentemente ameaçado, mas também diretamente afetado pelos riscos socioambientais
e seus danos, é cada vez mais notória. A concepção “sociedade de risco”, de
Beck (1992), amplia a compreensão de um cenário marcado por nova lógica de
distribuição dos riscos.
Os grandes acidentes envolvendo usinas
nucleares e contaminações tóxicas de grandes proporções, como os casos de
Three-Mile Island, nos EUA, em 1979, Love Canal no Alasca, Bhopal, na Índia, em
1984 e Chernobyl, na época, União Soviética, em 1986, estimularam o debate
público e científico sobre a questão dos riscos nas sociedades contemporâneas.
Inicia-se uma mudança de escala na análise dos problemas ambientais, tornados
mais freqüentes, os quais pela sua própria natureza tornam-se mais difíceis de
serem previstos e assimilados como parte da realidade global.
Ulrich Beck identifica a sociedade de
risco com uma segunda modernidade ou modernidade reflexiva, que emerge com a
globalização, a individualização, a revolução de gênero, o subemprego e a
difusão dos riscos globais. Os riscos atuais caracterizam-se por ter
conseqüências, em geral de alta gravidade, desconhecidas a longo prazo e que
não podem ser avaliadas com precisão, como é o caso dos riscos ecológicos,
químicos, nucleares e genéticos.
O tema da sustentabilidade confronta-se
com o paradigma da “sociedade de risco”. Isso implica a necessidade de se
multiplicarem as práticas sociais baseadas no fortalecimento do direito ao
acesso à informação e à educação ambiental em uma perspectiva integradora. E
também demanda aumentar o poder das iniciativas baseadas na premissa de que um
maior acesso à informação e transparência na administração dos problemas ambientais
urbanos pode implicar a reorganização do poder e da autoridade.
Existe, portanto, a necessidade de
incrementar os meios de informação e o acesso a eles, bem como o papel indutivo
do poder público nos conteúdos educacionais, como caminhos possíveis para
alterar o quadro atual de degradação socioambiental. Trata-se de promover o
crescimento da consciência ambiental, expandindo a possibilidade de a população
participar em um nível mais alto no processo decisório, como uma forma de
fortalecer sua co-responsabilidade na fiscalização e no controle dos agentes de
degradação ambiental.
Há uma demanda atual para que a sociedade
esteja mais motivada e mobilizada para assumir um papel mais propositivo, bem
como seja capaz de questionar, de forma concreta, a falta de iniciativa do
governo na implementação de políticas ditadas pelo binômio da sustentabilidade
e do desenvolvimento num contexto de crescente dificuldade na promoção da
inclusão social.
Nessa direção, a problemática ambiental
constitui um tema muito propício para aprofundar a reflexão e a prática em
torno do restrito impacto das práticas de resistência e de expressão das
demandas da população das áreas mais afetadas pelos constantes e crescentes
agravos ambientais. Mas representa também a possibilidade de abertura de
estimulantes espaços para implementar alternativas diversificadas de democracia
participativa, notadamente a garantia do acesso à in-formação e a consolidação
de canais abertos para uma participação plural.
A postura de dependência e de desresponsabilização
da população decorre principalmente da desinformação, da falta de consciência
ambiental e de um déficit de práticas comunitárias baseadas na participação e
no envolvimento dos cidadãos, que proponham uma nova cultura de direitos baseada
na motivação e na co-participação da gestão ambiental.
EDUCAÇÃO
AMBIENTAL: ATORES, PRÁTICAS E ALTERNATIVAS
Nestes tempos em que a informação assume
um papel cada vez mais relevante, ciberespaço, multimídia, internet, a educação
para a cidadania representam a possibilidade de motivar e sensibilizar as
pessoas para transformar as diversas formas de participação na defesa da
qualidade de vida. Nesse sentido cabe destacar que a educação ambiental assume
cada vez mais uma função transformadora, na qual a co-responsabilização dos
indivíduos torna-se um objetivo essencial para promover um novo tipo de
desenvolvimento – o desenvolvimento sustentável. Entende-se, portanto, que a
educação ambiental é condição necessária para modificar um quadro de crescente
degradação socioambiental, mas ela ainda não é suficiente, o que, no dizer de
Tamaio (2000), se converte em “mais uma ferramenta de mediação necessária entre
culturas, comportamentos diferenciados e interesses de grupos sociais para a
construção das transformações desejadas”. O educador tem a função de mediador
na construção de referenciais ambientais e deve saber usá-los como instrumentos
para o desenvolvimento de uma prática social centrada no conceito da natureza.
A problemática da sustentabilidade
assume neste novo século um papel central na reflexão sobre as dimensões do
desenvolvimento e das alternativas que se configuram. O quadro socioambiental
que caracteriza as sociedades contemporâneas revela que o impacto dos humanos
sobre o meio ambiente tem tido conseqüências cada vez mais complexas, tanto em
termos quantitativos quanto qualitativos.
O conceito de desenvolvimento
sustentável surge para enfrentar a crise ecológica, sendo que pelo menos duas
correntes alimentaram o processo. Uma primeira, centrada no trabalho do Clube
de Roma, reúne suas idéias, publicadas sob o título de Limites do crescimento
em 1972, segundo as quais, para alcançar a estabilidade econômica e ecológica
propõe-se o congelamento do crescimento da população global e do capital
industrial, mostrando a realidade dos recursos limitados eindicando um forte
viés para o controle demográfico (ver Meadows et al., 1972).
Uma segunda está relacionada com a
crítica ambientalista ao modo de vida contemporâneo, e se difundiu a partir da
Conferência de Estocolmo em 1972. Tem como pressuposto a existência de
sustentabilidade social, econômica e ecológica. Estas dimensões explicitam a
necessidade de tornar compatível a melhoria nos níveis e qualidade de vida com
a preservação ambiental. Surge para dar uma resposta à necessidade de
harmonizar os processos ambientais com os socioeconômicos, maximizando a
produção dos ecossistemas para favorecer as necessidades humanas presentes e
futuras. A maior virtude dessa abordagem é que, além da incorporação definitiva
dos aspectos ecológicos no plano teórico, ela enfatiza a necessidade de
inverter a tendência auto destrutiva dos processos de desenvolvimento no seu abuso
contra a natureza ( Jacobi, 1997).
Dentre as transformações mundiais das
duas últimas décadas, aquelas vinculadas à degradação ambiental e à crescente
desigualdade entre regiões assumem um lugar de destaque no reforço à adoção de
esquemas integradores. Articulam-se, portanto, de um lado, os impactos da crise
econômica dos anos 80 e a necessidade de repensar os paradigmas existentes; e
de outro, o alarme dado pelos fenômenos de aquecimento global e a destruição da
camada de ozônio, dentre outros problemas.
A partir de 1987, a divulgação do
Relatório Brundtlandt, também conhecido como “Nosso futuro comum”, defende a
idéia do “desenvolvimento sustentável” indicando um ponto de inflexão no debate
sobre os impactos do desenvolvimento. Não só reforça as necessárias relações
entre economia, tecnologia, sociedade e política, como chama a atenção para a necessidade
do reforço de uma nova postura ética em relação à preservação do meio ambiente,
caracterizada pelo desafio de uma responsabilidade tanto entre as gerações
quanto entre os integrantes da sociedade dos nossos tempos. Na Rio 92, o
Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade
Global coloca princípios e um plano de ação para educadores ambientais,
estabelecendo uma relação entre as políticas públicas de educação ambiental e a
sustentabilidade. Enfatizam-se os processos participativos na promoção do meio
ambiente, voltados para a sua recuperação, conservação e melhoria, bem como
para a melhoria da qualidade de vida.
É importante ressaltar que, apesar das
críticas a que tem sido sujeito, o conceito de desenvolvimento sustentável
representa um importante avanço, na medida em que a Agenda 21 global, como
plano abrangente de ação para o desenvolvimento sustentável no século XXI,
considera a complexa relação entre o desenvolvimento e o meio ambiente numa
variedade de áreas, destacando a sua pluralidade, diversidade, multiplicidade e
heterogeneidade.
As dimensões apontadas pelo conceito de
desenvolvimento sustentável contemplam cálculo econômico, aspecto biofísico e
componente sociopolítico, como referenciais para a interpretação do mundo e
para possibilitar interferências na lógica predatória prevalecente. O
desenvolvimento sustentável não se refere especificamente a um problema
limitado de adequações ecológicas de um processo social, mas a uma estratégia
ou um modelo múltiplo para a sociedade, que deve levar em conta tanto a
viabilidade econômica como a ecológica. Num sentido abrangente, a noção de
desenvolvimento sustentável reporta-se à necessária redefinição das relações
entre sociedade humana e natureza, e, portanto, a uma mudança substancial do
próprio processo civilizatório, introduzindo o desafio de pensar a passagem do conceito
para a ação. Pode-se afirmar que ainda prevalece a transcendência do enfoque
sobre o desenvolvimento sustentável radical mais na sua capacidade de ideia
força, nas suas repercussões intelectuais e no seu papel articulador de
discur-sos e de práticas atomizadas que, apesar desse caráter, tem matriz
única, originada na existência de uma crise ambiental, econômica e também
social (Jacobi, 1997).
O desenvolvimento sustentável somente
pode ser entendido como um pro-cesso no qual, de um lado, as restrições mais
relevantes estão relacionadas com a exploração dos recursos, a orientação do
desenvolvimento tecnológico e o marco institucional. De outro, o crescimento
deve enfatizar os aspectos qualitativos, notadamente os relacionados com a
eqüidade, o uso de recursos – em particular da energia – e a geração de
resíduos e contaminantes. Além disso, a ênfase no desenvolvimento deve fixar-se
na superação dos déficits sociais, nas necessidades básicas e na alteração de
padrões de consumo, principalmente nos países desen-volvidos, para poder manter
e aumentar os recursos-base, sobretudo os agrícolas, energéticos, bióticos,
minerais, ar e água.
Assim, a idéia de sustentabilidade
implica a prevalência da premissa de que é preciso definir limites às
possibilidades de crescimento e delinear um conjunto de iniciativas que levem
em conta a existência de interlocutores e participantes sociais relevantes e
ativos por meio de práticas educativas e de um processo de diálogo informado, o
que reforça um sentimento de co-responsabilidade e de constituição de valores
éticos. Isto também implica que uma política de desenvolvimento para uma
sociedade sustentável não pode ignorar nem as dimensões culturais, nem as relações
de poder existentes e muito menos o reconhecimento das limitações eco-lógicas,
sob pena de apenas manter um padrão predatório de desenvolvimento.
Atualmente, o avanço para uma sociedade
sustentável é permeado de obs-táculos, na medida em que existe uma restrita
consciência na sociedade a respeito das implicações do modelo de
desenvolvimento em curso. Pode-se afirmar que as causas básicas que provocam
atividades ecologicamente predatórias são atribuídas às instituições sociais,
aos sistemas de informação e comunicação e aos valores adotados pela sociedade.
Isso implica principalmente a necessidade de estimular uma participação mais
ativa da sociedade no debate dos seus destinos, como uma forma de estabelecer
um conjunto socialmente identificado de problemas, objetivos e soluções. O
caminho a ser desenhado passa necessariamente por uma mu-dança no acesso à
informação e por transformações institucionais que garantam acessibilidade e
transparência na gestão. Existe um desafio essencial a ser enfrentado, e este
está centrado na possibilidade de que os sistemas de informações e as instituições
sociais se tornem facilitadores de um processo que reforce os argumen-tos para
a construção de uma sociedade sustentável. Para tanto é preciso que se criem
todas as condições para facilitar o processo, suprindo dados, desenvolvendo e
disseminando indicadores e tornando transparentes os procedimentos por meio de
práticas centradas na educação ambiental que garantam os meios de criar novos estilos
de vida e promovam uma consciência ética que questione o atual modelo de desenvolvimento,
marcado pelo caráter predatório e pelo reforço das desigualda-des
socioambientais.
A sustentabilidade como novo critério
básico e integrador precisa estimular permanentemente as responsabilidades
éticas, na medida em que a ênfase nos aspectos extra-econômicos serve para
reconsiderar os aspectos relacionados com a eqüidade, a justiça social e a
própria ética dos seres vivos.
A noção de sustentabilidade implica,
portanto, uma inter-relação necessária de justiça social, qualidade de vida,
equilíbrio ambiental e a ruptura com o atual padrão de desenvolvimento (Jacobi,
1997).
Nesse contexto, segundo Reigota (1998),
a educação ambiental aponta para propostas pedagógicas centradas na
conscientização, mudança de comportamen-to, desenvolvimento de competências,
capacidade de avaliação e participação dos educandos. Para Pádua e Tabanez
(1998), a educação ambiental propicia o aumen-to de conhecimentos, mudança de
valores e aperfeiçoamento de habilidades, con-dições básicas para estimular
maior integração e harmonia dos indivíduos com o meio ambiente.
A relação entre meio ambiente e educação
para a cidadania assume um papel cada vez mais desafiador, demandando a
emergência de novos saberes para apreender processos sociais que se
complexificam e riscos ambientais que se inten-sificam. As políticas ambientais
e os programas educativos relacionados à conscien-tização da crise ambiental
demandam cada vez mais novos enfoques integradores de uma realidade
contraditória e geradora de desigualdades, que transcendem a mera aplicação dos
conhecimentos científicos e tecnológicos disponíveis.
O desafio é, pois, o de formular uma
educação ambiental que seja crítica e inovadora, em dois níveis: formal e não
formal. Assim a educação ambiental deve ser acima de tudo um ato político
voltado para a transformação social. O seu enfoque deve buscar uma perspectiva
holística de ação, que relaciona o homem, a natureza e o universo, tendo em
conta que os recursos naturais se esgotam e que o principal responsável pela
sua degradacão é o homem. Para Sorrentino (1998), os grandes desafios para os
educadores ambientais são, de um lado, o resgate e o desenvolvi-mento de
valores e comportamentos (confiança, respeito mútuo, responsabilida-de,
compromisso, solidariedade e iniciativa) e de outro, o estímulo a uma visão global
e crítica das questões ambientais e a promoção de um enfoque interdisciplinar que
resgate e construa saberes.
Quando nos referimos à educação
ambiental, situamo-na em contexto mais amplo, o da educação para a cidadania,
configurando-a como elemento determinante para a consolidação de sujeitos
cidadãos. O desafio do fortalecimento da cidadania para a população como um
todo, e não para um grupo restrito, concretiza-se pela possibilidade de cada
pessoa ser portadora de direitos e deveres, e de se converter, portanto, em ator
co-responsável na defesa da qualidade de vida.
O principal eixo de atuação da educação
ambiental deve buscar, acima de tudo, a solidariedade, a igualdade e o respeito
à diferença através de formas demo-cráticas de atuação baseadas em práticas
interativas e dialógicas. Isto se consubstancia no objetivo de criar novas
atitudes e comportamentos diante do consumo na nossa sociedade e de estimular a
mudança de valores individuais e coletivos (Jacobi, 1997).
A educação ambiental é atravessada por
vários campos de conhecimento, o que a situa como uma abordagem
multirreferencial, e a complexidade ambiental (Leff, 2001) reflete um tecido
conceitual heterogêneo, “onde os campos de conheci-mento, as noções e os
conceitos podem ser originários de várias áreas do saber” (Tristão, 2002).
Portanto, utilizando como referencial do
rizoma, a dimensão ambiental repre-senta a possibilidade de lidar com conexões
entre diferentes dimensões humanas, propiciando, entrelaçamentos e múltiplos
trânsitos entre múltiplos saberes. A esco-la participa então dessa rede “como
uma instituição dinâmica com capacidade de compreender e articular os processos
cognitivos com os contextos da vida” (Tristão, 2002). A educação insere-se na
própria teia da aprendizagem e assume um papel estratégico nesse processo, e,
parafraseando Reigota, podemos dizer que ... a educação ambiental na escola ou
fora dela continuará a ser uma concepção radical de educação, não porque
prefere ser a tendência rebelde do pensamento educacional contemporâneo, mas
sim porque nossa época e nossa herança históri-ca e ecológica exigem
alternativas radicais, justas e pacíficas. (1998, p.43 )
E o que dizer do meio ambiente na
escola? Tomando-se como referência Vigotsky (apud Tamaio, 2000) pode-se dizer
que um processo de reconstrução interna (dos indivíduos) ocorre a partir da
interação com uma ação externa (natureza, reciclagem, efeito estufa,
ecossistema, recursos hídricos, desmatamento), na qual os indivíduos se
constituem como sujeitos pela internalização de significações que são construídas
e reelaboradas no desenvolvimento de suas relações sociais. A educação ambiental,
como tantas outras áreas de conhecimento, pode assumir, assim, “uma parte ativa
de um processo intelectual, constantemente a serviço da comunicação, do
entendimento e da solução dos problemas” (Vigotsky, 1991). Trata-se de um aprendizado
social, baseado no diálogo e na interação em constante processo de recriação e
reinterpretação de informações, conceitos e significados, que podem se originar
do aprendizado em sala de aula ou da experiência pessoal do aluno. Assim, a
escola pode transformar-se no espaço em que o aluno terá condições de analisar a
natureza em um contexto entrelaçado de práticas sociais, parte componente de uma
realidade mais complexa e multifacetada.
O mais desafiador é evitar cair na
sim-plificação de que a educação ambiental poderá superar uma relação pouco
harmo-niosa entre os indivíduos e o meio ambiente mediante práticas localizadas
e pontuais, muitas vezes distantes da realidade social de cada aluno. Cabe
sempre enfatizar a historicidade da concepção de natureza (Carvalho, 2001), o
que possibilita a cons-trução de uma visão mais abrangente (geralmente
complexa, como é o caso das questões ambientais) e que abra possibilidades para
uma ação em busca de alterna-tivas e soluções.
E como se relaciona educação ambiental
com a cidadania? Cidadania tem a ver com a identidade e o pertencimento a uma
coletividade. A educação ambiental como formação e exercício de cidadania
refere-se a uma nova forma de encarar a relação do homem com a natureza,
baseada numa nova ética, que pressupõe ou-tros valores morais e uma forma
diferente de ver o mundo e os homens.
A educação ambiental deve ser vista como
um processo de permanente aprendizagem que valoriza as diversas formas de
conhecimento e forma cidadãos com consciência local e planetária.
E
O QUE TEM SIDO FEITO EM TERMOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL?
A grande maioria das atividades são
feitas dentro de uma modalidade formal. Os temas predominantes são lixo,
proteção do verde, uso e degradação dos mananciais, ações para conscientizar a
população em relação à poluição do ar. A educação ambiental que tem sido
desenvolvida no país é muito diversa, e a presença dos órgãos governamentais como
articuladores, coordenadores e promotores de ações é ainda muito restrita.
No caso das grandes metrópoles existe a
necessidade de enfrentar os pro-blemas da poluição do ar, e o poder público
deve assumir um papel indutor do processo. A redução do uso do automóvel
estimula a co-responsabilidade social na preservação do meio ambiente, chama a
atenção das pessoas e as informa sobre os perigos gerados pela poluição do ar.
Mas isso implica a necessidade de romper com o estereótipo de que as
responsabilidades urbanas dependem em tudo da ação governamental, e os
habitantes mantêm-se passivos e aceitam a tutela.
O grande salto de qualidade tem sido
feito pelas ONGs e organizações co-munitárias, que tem desenvolvido ações não
formais centradas principalmente na população infantil e juvenil. A lista de
ações é interminável e essas referências são indicativas de práticas inovadoras
preocupadas em incrementar a co-responsabili-dade das pessoas em todas as faixas
etárias e grupos sociais quanto à importância de formar cidadãos cada vez mais
comprometidos com a defesa da vida.
A educação para a cidadania representa a
possibilidade de motivar e sensibi-lizar as pessoas para transformar as
diversas formas de participação em potenciais caminhos de dinamização da
sociedade e de concretização de uma proposta de sociabilidade baseada na
educação para a participação. O complexo processo de construção da cidadania no
Brasil, num contexto de agudização das desigualdades, é perpassado por um
conjunto de questões que necessariamente implica a superação das bases constitutivas
das formas de dominação e de uma cultura política calcada na tutela. O desafio
da construção de uma cidadania ativa configura-se como elemento determinante
para constituição e forta-lecimento de sujeitos cidadãos que, portadores de
direitos e deveres, assumam a importância da abertura de novos espaços de
participação.
Atualmente o desafio de fortalecer uma
educação ambiental convergente e multirreferencial é prioritário para
viabilizar uma prática educativa que articule de forma incisiva a necessidade
de se enfrentar concomitantemente a degradação ambiental e os problemas
sociais. Assim, o entendimento sobre os problemas ambientais se dá por uma
visão do meio ambiente como um campo de conhecimento e significados socialmente
construído, que é perpassado pela diversidade cultural e ideológica e pelos
conflitos de interesse. Nesse universo de complexidades precisa ser situado o
aluno, cujos repertórios pedagógicos devem ser amplos e interdependentes, visto
que a questão ambiental é um problema híbrido, associado a diversas dimensões
humanas. Os professores (as) devem estar cada vez mais preparados para
reelaborar as informações que recebem, e dentre elas, as ambientais, a fim de
poderem transmitir e decodificar para os alunos a expressão dos significados
sobre o meio ambiente e a ecologia nas suas múltiplas determinações e
intersecções. A ênfase deve ser a capacitação para perceber as relações entre
as áreas e como um todo, enfatizando uma formação local/global, buscando marcar
a necessidade de enfrentar a lógica da exclusão e das desigualdades.
Nesse contexto, a administração dos
riscos socioambientais coloca cada vez mais a neces-sidade de ampliar o envolvimento
público por meio de iniciativas que possibilitem um aumento do nível de
consciência ambiental dos moradores, garantindo a infor-mação e a consolidação
institucional de canais abertos para a participação numa perspectiva
pluralista. A educação ambiental deve destacar os problemas am-bientais que
decorrem da desordem e degradação da qualidade de vida nas cida-des e regiões.
À medida que se observa cada vez mais
dificuldade de manter-se a qualidade de vida nas cidades e regiões, é preciso
fortalecer a importância de garantir padrões ambientais adequados e estimular
uma crescente consciência ambiental, centrada no exercício da cidadania e na
reformulação de valores éticos e morais, individuais e coletivos, numa
perspectiva orientada para o desenvolvimento sustentável.
A educação ambiental, como componente de
uma cidadania abrangente, está ligada a uma nova forma de relação ser
humano/natureza, e a sua dimensão cotidia-na leva a pensá-la como somatório de
práticas e, conseqüentemente, entendê-la na dimensão de sua potencialidade de
generalização para o conjunto da sociedade.
Entende-se que essa generalização de
práticas ambientais só será possível se estiver inserida no contexto de valores
sociais, mesmo que se refira a mudanças de hábitos cotidianos.
A problemática socioambiental, ao
questionar ideologias teóricas e práticas, propõe a participação democrática da
sociedade na gestão dos seus recursos atuais, e potenciais, assim como no
processo de tomada de decisões para a escolha de novos estilos de vida e a
construção de futuros possíveis, sob a ótica da sustenta-bilidade ecológica e a
eqüidade social.
Torna-se cada vez mais necessário
consolidar novos paradigmas educativos, centrados na preocupação de iluminar a
realidade desde outros ângulos, e isto supõe a formulação de novos objetos de
referência conceituais e, principalmente, a trans-formação de atitudes.
SUSTENTABILIDADE,
MOVIMENTOS SOCIAIS E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Talvez uma das características mais
importantes do movimento ambientalista seja a sua diversidade. Esse amplo
espectro de práticas e atores confere-lhe um caráter multissetorial que
congrega inúmeras tendências e propostas orientadoras de suas ações,
considerando valores como eqüidade, justiça, cidadania, democracia e
conservação ambiental. Nesse amplo universo de ONGs, algumas fazem traba-lho de
base, outras são mais voltadas para a militância, outras têm um caráter mais político
e outras implementam projetos demonstrativos. Embora ocorra uma certa queda na
capacidade mobilizatória dos movimentos ambientalistas, observa-se tam-bém um
grau de amadurecimento das práticas e a consolidação de um perfil de atuação de
instituições numa perspectiva proativa e propositiva, dentro de moldes de
sustentabilidade. O que representa a marca da atuação das ONGs? Seus pontos fortes
estão na sua credibilidade e capital ético; na sua eficiência quanto à
interven-ção na microrrealidade social (grupos e comunidades), o que lhes
permite formular aspirações e propor estratégias para atendê-las; na maior
eficiência quanto à aplica-ção de recursos e agilidade na implementação de
projetos que têm a marca da inovação e da articulação da sustentabilidade com a
eqüidade social.
O ambientalismo ingressa nos anos 90
constituindo-se como um ator rele-vante que, embora carregue consigo as marcas
do seu processo de afirmação, as-sume um caráter ampliado, baseado num esforço
cada vez mais claramente plane-jado de diálogo com outros atores sociais. As
questões que o ambientalismo suscita estão hoje muito associadas às
ne-cessidades de constituição de uma cidadania para os desiguais, à ênfase dos
direitos sociais, ao impacto da degradação das condições de vida decorrentes da
degradação socioambiental, notadamente nos grandes centros urbanos, e à
necessidade de ampliar a assimilação, pela sociedade, do reforço a práticas
centradas na sustentabi-lidade por meio da educação ambiental.
O salto de qualidade do ambientalismo
ocorre na medida em que se cria uma identidade crescente entre o significado e
dimensões das práticas, com forte ênfase na relação entre degradação ambiental
e desigualdade social, reforçando a necessidade de alianças e interlocuções
coletivas.
Apesar de a maior parte das entidades
ser baseada na militância voluntária não remunerada, observa-se, nos últimos
anos, um crescente esforço de profissiona-lização, ainda que isso ocorra em um
número muito restrito de entidades. Um as-pecto bastante polêmico está
relacionado com a representatividade de entidades nos diversos tipos de
conselhos e comissões. O que se nota é a existência de orga-nizações que
praticamente concentram suas atividades associadas à participação em espaços de
representação.
Trata-se de uma lógica bastante perversa,
gerada pela dinâmica de institucionalização de entidades centradas em poucas
pessoas, que têm muita capacidade de ocupar espaços e que, mesmo sem trabalho
de base e inclu-sive pouca legitimidade no próprio movimento ambiental,
articulam a manutenção de sua presença.
As coalizões na sociedade civil vêm-se
fortalecendo, explicitando escolha de temas e questões a serem enfrentadas em
nome da busca de objetivos comuns, de modo a configurar a inflexão de uma
dinâmica reativa para uma dinâmica propositiva, que aproxima as ONGs e
movimentos da mídia e que centra a atuação na coleta, sistematização e
disseminação de informações.
Nessa direção, as articulações têm
possibilitado o crescente fortalecimento de um pólo político interno que
integra as ONGs no centro do processo de pres-são e gestão, representando,
portanto, uma inflexão importante numa agenda até recentemente trazida de fora
para dentro. Apesar do pequeno reconhecimento do papel das ONGs, do que decorre
reduzido interesse da sociedade brasileira em financiar de forma voluntária
suas organizações da sociedade civil, observa-se um aumento da sua legitimidade
e da sua institucionalidade.
O ambientalismo do século XXI tem uma
complexa agenda pela frente. De um lado, o desafio de uma participação cada vez
mais ativa na governabilidade dos problemas socioambientais e na busca de
respostas articuladas e sustentadas em arranjos institucionais inovadores, que
possibilitem uma “ambientalização dos pro-cessos sociais”, dando sentido à
formulação e implementação de uma Agenda 21 no nível nacional e subnacional. De
outro, a necessidade de ampliar o escopo de sua atuação, mediante redes,
consórcios institucionais, parcerias estratégicas e ou-tras engenharias
institucionais que ampliem seu reconhecimento na sociedade e estimulem o
envolvimento de novos atores.
Se o contexto no qual se configuram as
questões ambientais é marcado pelo conflito de interesses e uma polarização
entre visões de mundo, as respostas preci-sam conter cada vez mais um
componente de cooperação e de definição de uma agenda que acelere prioridades
para a sustentabilidade como um novo paradigma de desenvolvimento. Não se devem
esquecer, no caso, das determinações estruturais decorrentes de um sistema
globalizado, de um padrão de consumo que promove o desperdício naquelas
sociedades e segmentos que dele fazem parte, bem como a dualidade entre os que
“têm” e os que “não têm”.
O desafio que está colocado é o de não
só reconhecer, mas estimular práti-cas que reforcem a autonomia e a
legitimidade de atores sociais que atuam articula-damente numa perspectiva de
cooperação, como é o caso de comunidades locais e ONGs. Isto representa a
possibilidade de mudar as práticas prevalecentes, rom-pendo com as lógicas da
tutela e da regulação, definindo novas relações baseadas na negociação, na
contratualidade e na gestão conjunta de programas e atividades, o que introduz
um novo significado nos processos de formulação e implementação de políticas
ambientais.
Trata-se, portanto, de repensar o
público por meio da sociedade e de verificar as dimensões da oferta
institucional e a criação de canais institucionais para viabilizar novas formas
de cooperação social. Os desafios para ampliar a participa-ção estão
intrinsecamente vinculados à predisposição dos governos locais de criar espaços
públicos e plurais de articulação e participação, nos quais os conflitos se tornam
visíveis e as diferenças se confrontam como base constitutiva da legitimida-de
dos diversos interesses em jogo, ampliando as possibilidades de a população participar
mais intensamente dos processos decisórios como um meio de fortale-cer a sua
co-responsabilidade na fiscalização e controle dos agentes responsáveis pela
degradação socioambiental.
O momento atual exige que a sociedade
esteja mais motivada e mobilizada para assumir um caráter mais propositivo,
assim como para poder questionar de forma concreta a falta de iniciativa dos
governos para implementar políticas pauta-das pelo binômio sustentabilidade e
desenvolvimento num contexto de crescentes dificuldades para promover a
inclusão social. Para tanto é importante o fortaleci-mento das organizações
sociais e comunitárias, a redistribuição de recursos medi-ante parcerias, de
informação e capacitação para participar crescentemente dos espaços públicos de
decisão e para a construção de instituições pautadas por uma lógica de
sustentabilidade.
Diversas experiências, principalmente
das administrações municipais, mos-tram que, havendo vontade política, é
possível viabilizar ações governamentais pau-tadas pela adoção dos princípios
de sustentabilidade ambiental conjugada a resulta-dos na esfera do
desenvolvimento econômico e social.
Nessa direção, a educação para a cidadania
representa a possibilidade de motivar e sensibilizar as pessoas para
transformar as diversas formas de participação em potenciais fatores de
dinamização da sociedade e de ampliação do controle social da coisa pública,
inclusive pelos setores menos mobilizados. Trata-se de criar as condições para
a ruptura com a cultura política dominante e para uma nova proposta de
sociabilidade baseada na educação para a participação. Esta se concre-tizará
principalmente pela presença crescente de uma pluralidade de atores que, pela
ativação do seu potencial de participação, terão cada vez mais condições de intervir
consistentemente e sem tutela nos processos decisórios de interesse público,
legitimando e consolidando propostas de gestão baseadas na garantia do acesso à
informação e na consolidação de canais abertos para a participação, que, por
sua vez, são precondições básicas para a institucionalização do controle
social.
Concluímos, afirmando que o desafio
político da sustentabilidade, apoiado no potencial transformador das relações
sociais que representam o processo da Agenda 21, encontra-se estreitamente
vinculado ao processo de fortalecimento da democracia e da construção da
cidadania. A sustentabilidade traz uma visão de desenvolvimento que busca
superar o reducionismo e estimula um pensar e fazer sobre o meio ambiente
diretamente vinculado ao diálogo entre saberes, à partici-pação, aos valores
éticos como valores fundamentais para fortalecer a complexa interação entre
sociedade e natureza.
Nesse sentido, o papel dos
professores(as) é essencial para impulsionar as transformações de uma educação
que assume um compromisso com a formação de valores de sustentabilidade, como
parte de um processo coletivo. A necessidade de uma crescente internalização da
problemática ambiental, um saber ainda em construção, demanda empenho para
fortalecer visões integradoras que, centradas no desenvolvimento, estimulem uma
reflexão sobre a diversidade e a construção de sentidos em torno das relações
indivíduos-natureza, dos riscos ambientais globais e locais e das relações
ambiente-desenvolvimento.
A educação ambiental, nas suas diversas
possibilidades, abre um estimulante espaço para repen-sar práticas sociais e o
papel dos professores como mediadores e transmissores de um conhecimento
necessário para que os alunos adquiram uma base adequada de compreensão
essencial do meio ambiente global e local, da interdependência dos problemas e
soluções e da importância da responsabilidade de cada um para cons-truir uma
sociedade planetária mais eqüitativa e ambientalmente sustentável.
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